segunda-feira, 8 de outubro de 2012


DIA INTERNACIONAL DO PROFESSOR - Os professores, por José Luís Peixoto
Um ataque contra os professores é sempre um ataque contra nós próprios
 José Luís Peixoto

Um ataque contra os professores é sempre um ataque contra nós próprios, contra o nosso futuro. Resistindo, os professores, pela sua prática, são os guardiões da esperança.



O mundo não nasceu connosco. Essa ligeira ilusão é mais um sinal da imperfeição que nos cobre os sentidos. Chegámos num dia que não recordamos, mas que celebramos anualmente; depois, pouco a pouco, a neblina foi-se desfazendo nos objectos até que, por fim, conseguimos reconhecer-nos ao espelho. Nessa idade, não sabíamos o suficiente para percebermos que não sabíamos nada. Foi então que chegaram os professores. Traziam todo o conhecimento do mundo que nos antecedeu. Lançaram-se na tarefa de nos actualizar com o presente da nossa espécie e da nossa civilização. Essa tarefa, sabemo-lo hoje, é infinita.

O material que é trabalhado pelos professores não pode ser quantificado. Não há números ou casas decimais com suficiente precisão para medi-lo. A falta de quantificação não é culpa dos assuntos inquantificáveis, é culpa do nosso desejo de quantificar tudo. Os professores não vendem o material que trabalham, oferecem-no. Nós, com o tempo, com os anos, com a distância entre nós e nós, somos levados a acreditar que aquilo que os professores nos deram nos pertenceu desde sempre. Mais do que acharmos que esse material é nosso, achamos que nós próprios somos esse material. Por ironia ou capricho, é nesse momento que o trabalho dos professores se efectiva. O trabalho dos professores é a generosidade.

Basta um esforço mínimo da memória, basta um plim pequenino de gratidão para nos apercebermos do quanto devemos aos professores. Devemos-lhes muito daquilo que somos, devemos-lhes muito de tudo. Há algo de definitivo e eterno nessa missão, nesse verbo que é transmitido de geração em geração, ensinado. Com as suas pastas de professores, os seus blazers, os seus Ford Fiesta com cadeirinha para os filhos no banco de trás, os professores de hoje são iguais de ontem. O acto que praticam é igual ao que foi exercido por outros professores, com outros penteados, que existiram há séculos ou há décadas. O conhecimento que enche as páginas dos manuais aumentou e mudou, mas a essência daquilo que os professores fazem mantém-se. Essência, essa palavra que os professores recordam ciclicamente, essa mesma palavra que tendemos a esquecer.

Um ataque contra os professores é sempre um ataque contra nós próprios, contra o nosso futuro. Resistindo, os professores, pela sua prática, são os guardiões da esperança. Vemo-los a dar forma e sentido à esperança de crianças e de jovens, aceitamos essa evidência, mas falhamos perceber que são também eles que mantêm viva a esperança de que todos necessitamos para existir, para respirar, para estarmos vivos. Ai da sociedade que perdeu a esperança. Quem não tem esperança não está vivo. Mesmo que ainda respire, já morreu.

Envergonhem-se aqueles que dizem ter perdido a esperança. Envergonhem-se aqueles que dizem que não vale a pena lutar. Quando as dificuldades são maiores é quando o esforço para ultrapassá-las deve ser mais intenso. Sabemos que estamos aqui, o sangue atravessa-nos o corpo. Nascemos num dia em que quase nos pareceu ter nascido o mundo inteiro. Temos a graça de uma voz, podemos usá-la para exprimir todo o entendimento do que significa estar aqui, nesta posição. Em anos de aulas teóricas, aulas práticas, no laboratório, no ginásio, em visitas de estudo, sumários escritos no quadro no início da aula, os professores ensinaram-nos que existe vida para lá das certezas rígidas, opacas, que nos queiram apresentar. Se desligarmos a televisão por um instante, chegaremos facilmente à conclusão que, como nas aulas de matemática ou de filosofia, não há problemas que disponham de uma única solução. Da mesma maneira, não há fatalidades que não possam ser questionadas. É ao fazê-lo que se pensa e se encontra soluções.

Recusar a educação é recusar o desenvolvimento.

Se nos conseguirem convencer a desistir de deixar um mundo melhor do que aquele que encontrámos, o erro não será tanto daqueles que forem capazes de nos roubar uma aspiração tão fundamental, o erro primeiro será nosso por termos deixado que nos roubem a capacidade de sonhar, a ambição, metade da humanidade que recebemos dos nossos pais e dos nossos avós. Mas espero que não, acredito que não, não esquecemos a lição que aprendemos e que continuamos a aprender todos os dias com os professores. Tenho esperança.

José Luís Peixoto, revista Visão 

sábado, 8 de setembro de 2012

Os professores

Os professores - Ricardo Araújo Pereira

Neste momento, é óbvio para todos que a culpa do estado a que chegou o ensino é (sem querer apontar dedos) dos professores. Só pode ser deles, aliás. Os alunos estão lá a contragosto, por isso não contam. O ministério muda quase todos os anos, por isso conta ainda menos. Os únicos que se mantêm tempo suficiente no sistema são os professores. Pelo menos os que vão conseguindo escapar com vida.

É evidente que a culpa é deles. E, ao contrário do que costuma acontecer nesta coluna, esta não é uma acusação gratuita. Há razões objectivas para que os culpados sejam os professores.
Reparem: quando falamos de professores, estamos a falar de pessoas que escolheram uma profissão em que ganham mal, não sabem onde vão ser colocados no ano seguinte e todos os dias arriscam levar um banano de um aluno ou de qualquer um dos seus familiares.

O que é que esta gente pode ensinar às nossas crianças? Se eles possuíssem algum tipo de sabedoria, tê-Ia-iam usado em proveito próprio. É sensato entregar a educação dos nossos filhos a pessoas com esta capacidade de discernimento? Parece-me claro que não.
A menos que não se trate de falta de juízo mas sim de amor ao sofrimento.

O que não posso dizer que me deixe mais tranquilo. Esta gente opta por passar a vida a andar de terra em terra, a fazer contas ao dinheiro e a ensinar o Teorema de Pitágoras a delinquentes que lhes querem bater. Sem nenhum desprimor para com as depravações sexuais -até porque sofro de quase todas -, não sei se o Ministério da Educação devia incentivar este contacto entre crianças e adultos masoquistas.

Ser professor, hoje, não é uma vocação; é uma perversão.

Antigamente, havia as escolas C+S; hoje, caminhamos para o modelo de escola S/M. Havia os professores sádicos, que espancavam alunos; agora o há os professores masoquistas, que são espancados por eles. Tomando sempre novas qualidades, este mundo.

Eu digo-vos que grupo de pessoas produzia excelentes professores: o povo cigano.

Já estão habituados ao nomadismo e têm fama de se desenvencilhar bem das escaramuças. Queria ver quantos papás fanfarrões dos subúrbios iam pedir explicações a estes professores. Um cigano em cada escola, é a minha proposta.

Já em relação a estes professores que têm sido agredidos, tenho menos esperança.

Gente que ensina selvagens filhos de selvagens e, depois de ser agredida, não sabe guiar a polícia até à árvore em que os agressores vivem, claramente, não está preparada para o mundo.

Ricardo Araújo Pereira in Opinião, Boca do Inferno, Revista Visão

terça-feira, 4 de setembro de 2012

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Parabéns para mim...

pelos meus lindos 6 aninhos...

Foi um dia muito repousado... cheguei agora de férias e venho muito cansada: passar de um T3 para uma vivenda de 3 pisos tem muito que se lhe diga!! Para além disso tenho um jardim fantástico onde corro atrás de borboletas, pássaros e lagartixas... Uma canseira... Uma alegria!!
Assim vou festejar tranquilamente o meu aniversário com os meus lindos papás que têm feito de tudo para me proporcionar uma vida maravilhosa!! Parabéns para nós!!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Para os que duvidam da sua genialidade...


Dia dos avós

Todos os dias guardo em mim um pedaço de ti... para sempre.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Parabéns mamã...




Parabéns mamã... Um dia muito feliz...

terça-feira, 3 de julho de 2012

Pergunta do dia...

Será que é seguro sair de casa amanhã?

Parece que a probabilidade de cair um avião é muito grande para estes lados...

quarta-feira, 27 de junho de 2012

I´m sucha a cat person!!

Hoje (para variar) é dia de futebol cá em casa... ele está deitado no seu sofá... com os nervos à flor da pele... as gatas estão no outro sofá... ela ora está a dormir, ora acorda para se lavar... eu ora estou na net, ora estou a chateá-la com as minhas festas... Como adoro mimar a minha gata! Ela até fica cansada... pobre Inês.

E não há maneira de marcarem um golito??!!!

terça-feira, 12 de junho de 2012

Santo António

Um lisboeta deve festejar com fervor o dia de hoje... Pelo menos quem gosta de marchas, sardinhas e muita gente... todos os ingredientes que eu dispenso!! Ainda me lembro da última vez que fui festejar o Santo António...gente a mais!!
Vou passear por outros lugares e outras festas.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

domingo, 13 de maio de 2012

A morte é sempre estúpida...

Mas às vezes parece ser mais estúpida ainda...
Mais um que foi hoje a enterrar... perdeu a sua luta contra o cancro. 
E o meu pai já sentiu a dor de perder três irmãos em poucos meses... Já sabíamos que não iria sobreviver, mas abate-se sempre uma dor inconsolável.
Resta-nos rezar e desejar que a minha tia o vença!

terça-feira, 1 de maio de 2012

Crónica de Miguel Esteves Cardoso


“Às vezes encontramo-nos com a cabeça nas mãos. Tudo o que poderia ter corrido bem correu mal. O mundo, que era igual à vida, afasta-se de repente. Distancia-se e continua a existir, como se nada tivesse a ver ou a haver connosco, como se fizesse questão de mostrar a independência dele, mundo, que não existe só porque nos damos conta dele. A má notícia é má, mas a pior, para quem cá está, é a pessoal. A minha pessoa é a Maria João e a Maria João passa mal. Nem o amor nem a sabedoria médica a podem salvar. Só uma conjunção das duas coisas, mais um acrescento de milagre. O cabrão do cancro alastra-se. Exterminado no pulmão ou na mama, foge para o cérebro, onde se refugia e cresce. Forma uma força da morte, aproveitando as barreiras antigas entre o sangue e o cérebro, que infiltra conforme lhe apetece. Hoje, domingo, é o último dia em que estaremos juntos, dois amores, felizes há quase vinte anos. Amanhã, logo às nove da manhã, estaremos na consulta dos excelentes neurocirurgiões do Hospital de Santa Maria, onde nos avisarão das complicações possíveis. Obama deveria inspirar-se na perfeição clínica e humana do serviço de saúde português e francês. Mas a dor não diminui. Nem a tristeza abranda. Vai morrer o meu amor. Não vai. Como o meu amor por ela, nunca há-de morrer. As coisas acontecem sem acontecer o pensamento nelas. A alma, o coração e a cabeça são coisas diferentes. Que se dão bem. E são amigas. E deixam de ser quando morrem.”


Miguel Esteves Cardoso, Público

Miguel escreveu esta crónica para a sua mulher Maria João Pinheiro que se encontra novamente internada e que está a lutar contra o cancro.

Este início de ano não tem sido fácil para aqueles que estão à minha volta. Já perdi três tios e tenho dois numa situação muito especial... um está internado a lutar pela vida no hospital de Viseu e a minha querida tia e madrinha de casamento está a ser submetida a sessões de quimioterapia numa luta incansável contra o cancro da mama...

Já era altura de alguém encontrar uma cura para esta doença que tantas vítimas faz... 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

E para festejar o dia de Reis...

Fui à minha pastelaria favorita atual comprar bolo rei de chocolate (não gosto do "normal") - descoberta maravilhosa desta quadra natalícia - e cheguei a casa de rastos... já não havia!!